O GP da Alemanha de 2000 marcou a 1ª vitória de Rubens Barrichello, e esta prova, para muitos, foi a maior corrida de Barrichello na categoria. A vitória de Rubinho foi uma explosão de alegria no país, afinal de contas o Brasil não vencia na Fórmula 1 fazia 7 anos, a última vitória de um brasileiro tinha sido no GP da Austrália de 1993, quando o mito Ayrton Senna venceu pela última vez.
O fim de semana começou bastante difícil para a Ferrari. Michael Schumacher via sua liderança no campeonato ameaçada por Mika Häkkinen e por David Coulthard, pois o alemão havia abandonado as 2 últimas provas enquanto que a dupla da McLaren vinha de 2 dobradinhas. Para piorar a situação de Schumacher, ele acabou batendo nos treinos livres e teria de participar da classificação com o carro reserva. A Ferrari também teria problemas com Rubens Barrichello.
No início da classificação a Ferrari de Rubinho tem uma pane eletrônica. Como a Ferrari não tinha outro carro reserva, Rubinho teve de esperar que os mecânicos concertassem o carro batido por Michael Schumacher para que ele marcasse algum tempo. A 3 minutos para o fim da sessão, a pista estava molhada, e Rubinho conseguiu marcar o 18º tempo. Lá na frente Coulthard conquistou a pole, Schumacher foi o 2º e Häkkinen foi o 4º. Giancarlo Fisichella surpreendentemente foi o 3º com uma Benetton.
No dia da corrida algumas nuvens rodeavam o autódromo de Hockenheim e a maioria dos pilotos havia programado apenas uma parada nos boxes. Na largada Coulthard vai pra cima de Schumacher e o fecha, Mika Häkkinen larga bem, põe de lado de Schumacher e por fora toma a liderança na corrida. Schumacher tenta sair de trás de Coulthard e seguir a mesma linha de Häkkinen, só que Fisichella também já tentava passar por ali. Os dois acabaram se tocando e abandonando a prova.
Barrichello decidiu fazer duas paradas nos boxes, com isso teria o carro mais leve e mais rápido para recuperar as posições. Rubinho larga bem e termina a 1ª volta na 10ª posição. Na 2ª volta já era o 8º. Na 5ª volta Rubinho assume a 6ª posição e entra na zona de pontuação. A partir daí Rubinho começa a fazer volta mais rápida uma atrás da outra e na 15ª volta Rubinho toma a 3ª posição de Trulli.
Rubinho estava 13s atrás da dupla da McLaren quando foi para os boxes fazer sua 1ª parada. Rubinho volta na 6ª posição e já voltou andando forte. Depois da parada de Rubinho a sorte virava o jogo para o brasileiro. Na 26ª volta o safety car é acionado por que um espectador bêbado invadiu a pista. Todas as equipes as equipes decidem fazer seus pits stop, e a Ferrari chama Rubinho para fazer sua 2ª parada.
A McLaren se confunde na estratégia, ao invés de chamar os dois pilotos ao mesmo tempo, David Coulthard não entrou na 1ª oportunidade e quando parou voltou na 6ª posição. Com o pit stop dos pilotos que ainda não tinha parado a ordem da corrida era: Häkkinen, Trulli, Barrichello, de La Rosa e Frentzen. Na relargada as posições foram mantidas.
Na volta 31 mais uma vez o safety car foi acionado. Desta vez por acidente entre o brasileiro Pedro Paulo Diniz e Jean Alesi. Já relargada Rubinho teria mais uma chance para ultrapassar Trulli e Häkkinen que vinham a frente dele. Na volta seguinte a saída do safety car começa a chover no circuito. David Coulthard vai pra cima e consegue ultrapassar Heinz-Harald Frentzen.
Na 35ª volta Mika Häkkinen e Jarno Trulli vão para os boxes colocar os pneus de chuva, porém o italiano recebeu um stop/go por ter ultrapassado o limite de velocidade nos pits. Barrichello assume a liderança da prova seguido por Coulthard, Frentzen e Zonta, todos estes com pneu de pista seca.
Na volta 37 a chuva aperta, Coulthard erra numa curva e decide ir aos boxes. Já Ricardo Zonta não consegue se segurar na pista e acaba preso na caixa de areia. Mika, com pneus de chuva, virava 2 segundos mais rápido que Barrichello e conseguiu assumir a 2ª posição depois que a Jordan de Frentzen abandona com problemas do motor.
Restando 7 voltas para o final Barrichello começa a dar show. Rubinho começa a virar tempos semelhantes aos de Häkkinen e consegue manter sua vantagem superior aos 9 segundo. E assim foi, de forma heróica como bem definiu Galvão Bueno, Rubens Barrichello quebrava o tabu e vencia o GP da Alemanha do ano 2000:
Neste dia a sorte esteve do lado do brasileiro, mas também não podemos esquecer todo o trabalho e o talento que ele teve para ultrapassar seus adversários. Abaixo tempos um vídeo da câmera onboard com as ultrapassagens feitas por Rubinho durante a prova, e no final vemos toda a comemoração da Ferrari e do nosso brasileiro:
Confira como o resultado oficial do GP da Alemanha de 2000:
1º
|
Rubens Barrichello |
BRA
|
Ferrari |
45 voltas em 1:25:34.418
|
2º
|
Mika Häkkinen |
FIN
|
McLaren |
+7.452
|
3º
|
David Coulthard |
ING
|
McLaren |
+21.168
|
4º
|
Jenson Button |
ING
|
Williams |
+22.685
|
5º
|
Mika Salo |
FIN
|
Sauber |
+27.112
|
6º
|
Pedro de la Rosa |
ESP
|
Arrows |
+29.079
|
7º
|
Ralf Schumacher |
ALE
|
Williams |
+30.898
|
8º
|
Jacques Villeneuve |
CAN
|
BAR |
+47.537
|
9º
|
Jarno Trulli |
ITA
|
Jordan |
+50.901
|
10º
|
Eddie Irvine |
ING
|
Jaguar |
+1:19.664
|
11º
|
Gastón Mazzacane |
ARG
|
Minardi |
+1:29.504
|
Nick Heidfeld |
ALE
|
Prost |
Abandonou (volta 40)
|
|
Heinz-Harald Frentzen |
ALE
|
Jordan |
Abandonou (volta 39)
|
|
Jos Verstappen |
HOL
|
Arrows |
Abandonou (volta 39)
|
|
Ricardo Zonta |
BRA
|
BAR |
Abandonou (volta 37)
|
|
Marc Gené |
ESP
|
Minardi |
Abandonou (volta 33)
|
|
Alexander Wurz |
AUT
|
Benetton |
Abandonou (volta 31)
|
|
Pedro Diniz |
BRA
|
Sauber |
Abandonou (volta 29)
|
|
Jean Alesi |
FRA
|
Prost |
Abandonou (volta 29)
|
|
Johnny Herbert |
ING
|
Jaguar |
Abandonou (volta 12)
|
|
Michael Schumacher |
ALE
|
Ferrari |
Abandonou (volta 1)
|
|
Giancarlo Fisichella |
ITA
|
Benetton |
Abandonou (volta 1)
|
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